Velocidade é a taxa de variação da posição de um corpo em função do tempo.
Ainda na fase do Piloto Privado, nós aprendemos sobre a velocidade indicada e como ela é medida. Quando chegamos na fase do Piloto Comercial nós aprendemos que existem pelo menos três velocidades, cada uma delas exercendo um papel importante no voo.
A Velocidade Indicada é aquela captada pelo sistema do tubo de pitot calibrado para indicar o fluxo compressível adiabático de atmosfera padrão ao nível do mar, sem correções para os erros do sistema. Em palavras mais simples, é a velocidade aerodinâmica ao nível do mar e sem correções, ou ainda mais simples, a quantidade de ar que entra no tubo de pitot.
Ao nível do mar nós temos o ar denso, permitindo que a aeronave alcance maior velocidade indicada e que também alcance mais rápido o limite da mesma. Com o ar mais denso nós temos mais moléculas por área, sendo um ar mais “pesado” e que torna possível alcançar uma maior diferença de pressão na asa. Um objeto que se move acumula ar na face que está apontada para o sentido do movimento, criando uma pressão maior que na outra face. Se esse objeto de mover num ar mais rarefeito, a pressão no sentido do movimento será menor, permitindo menor resistência ao movimento.
É aqui que entra a TAS True Airspeed, ou Velocidade Verdadeira. É a velocidade da aeronave em relação ao ar não perturbado. Se uma aeronave voa a 100kts ao nível do mar, aos 10mil pés de altitude por exemplo, a velocidade tem de ser maior para alcançar a mesma pressão na ponta do tubo de pitot para que ele indique os mesmos 100kts. Geralmente, a cada 1000 pés a true airspeed aumenta 2% em relação a IAS. Na imagem abaixo a IAS é de 135kts, enquanto a true airspeed é de 168kts.
A true airspeed ser maior que a IAS é bom, mas toda asa tem um limite. Cada asa é projetada com um propósito, feita para voar em velocidades específicas. Quando falamos das aeronaves executivas de alta performance e também das comerciais, a maioria voa em velocidades transônicas, cerca de 80% a velocidade do som. Essas aeronaves por voarem tão alto alcançam uma true aispeed muito maior que sua IAS, tornando a unidade Mach a melhor maneira de definir a eficiência do voo. As moléculas de ar passam muito mais rápido pela aeronave para que a velocidade indicada se mantenha suficiente, mas ao passarem pela asa elas atingem velocidade supersônica. Ao atingir a velocidade do som, o ar desacelera abruptamente, criando uma onda de choque que cria um fluxo de ar turbulento no bordo de fuga da asa. Se a true airspeed continuar aumentando, esses eventos se intensificam ao ponto da aeronave ficar incontrolável.
Ainda existe a CAS Calibrated Airspeed, ou Velocidade Calibrada. Como diz o nome, é a velocidade indicada corrigida para compensar qualquer erro ou desvio de valor devido a posição ou formato do sistema do tubo de pitot. Já que ela descreve a pressão dinâmica atuante nos aerofólios da aeronave, independente das condições atmosféricas onde a aeronave se encontra, a CAS é usada como ponto de referência para o controle da aeronave, como por exemplo determinar a velocidade de stall. Em aeronaves mais modernas a IAS mostrada no painel já é a CAS.
O simples fato de existir pelo menos três tipos de velocidade no voo, nos mostra que voar é tão complexo quanto fascinante.
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