De Janeiro a Novembro de 2021, mais de 8.500 casos de laser strike foram reportados por tripulações de aeronaves.
Um dos motivos da decolagem e do pouso serem as fases mais críticas do voo é a baixa altitude. Ao voar baixo nós temos maior proximidade com obstáculos, maior tráfego nas proximidades, maior chance de colisão com aves e até mesmo menor margem para gerenciar uma pane de motor. Não bastassem os atuais desafios, uma ameaça tem crescido nos últimos anos e ela começou com o que era para ser um simples brinquedo.
Se você tem ou já teve um chaveiro laser, então provavelmente cometeu o erro de apontá-lo ligado para os seus olhos alguma vez. Se um chaveirinho de 5mW (miliwatts) já é capaz de causar um incômodo em nossa visão, imagina o que um laser de 100 mil mW pode fazer. Por mais que seja crime apontar canetas laser em aeronaves, as ocorrências ainda existem em grande número. Com a baixa fiscalização e também baixa consciência geral de quem comete essa infração, só o que podemos fazer é nos preparar para minimizar os efeitos de um laser strike. Como?
Como usamos o mínimo de iluminação no cockpit em voos noturnos, nossas pupilas estarão quase ou totalmente dilatadas para absorver o máximo de luz. O verde é a cor que nossos olhos melhor enxerga e o para-brisa do avião refrata a luz dependendo do local onde ela pega nele, podendo focar muito dela em um só ponto. O que acontece se esse ponto for exatamente seus olhos com suas pupilas dilatadas? Nada de bom. Logo que o laser te atingir, alguns efeitos colaterais podem ocorrer, sendo eles: o susto inicial e desconcentração, visão periférica escurecida dificultando a identificação do ambiente e uma grande mancha com pontos coloridos em sua visão que vai se dissipando aos poucos.
Caso você sofra um laser strike, mantenha a visão distante do para-brisa. Se possível, ponha algo no para-brisa para bloquear o laser, como um checklist ou uma carta. Se o avião não possuir piloto automático, mantenha o manche o mais estável possível e tente focar nos instrumentos para fazer leves movimentos no controle caso seja necessário. Não esfregue seus olhos porque você pode lacrimejar e borrar a vista, dificultando sua interpretação dos instrumentos. Avise para o ATC sobre o ocorrido e o que precisar para gerenciar a situação até que você recupere sua visão normal.
Você já sofreu um laser strike? Se sim, como lidou com a situação e o quão prejudicado ficou o seu voo? Compartilhe conosco.
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