Quanto mais flaps, menos pista se usa, mas menor é a razão de subida.
Tirar toneladas de metal do chão em alguns milhares – senão centenas – de metros é algo que acontece várias vezes a cada minuto ao redor do mundo. A decolagem é a fase do voo onde o avião está mais pesado e muito lento. Alcançar o voo nessas condições só é possível graças ao nosso entendimento da sustentação. Uma vez que as asas são projetadas para o voo eficiente, com o menor consumo possível e velocidades mais altas, uma maneira de voarmos em velocidades mais baixas sem perder sustentação é com o uso dos flaps. Logo, quanto mais flaps na decolagem, melhor. Correto? Não é tão simples.
Os flaps nos dão sustentação extra, mas assim como tudo aquilo que fica exposto na asa e na fuselagem, eles também nos dão arrasto extra. Dependendo das condições do local, mesmo em descida, é muito mais difícil ganhar velocidade com os flaps totalmente estendidos. Chega num ponto em que a sustentação que eles nos entregam não justifica o arrasto gerado. Isso, claro, depende do projeto de asa de cada avião.
Na decolagem temos a corrida inicial, o ganho de sustentação com a velocidade e a subida inicial para a altitude desejada. Sempre buscamos o melhor desempenho na corrida e na subida inicial, mas sempre comprometemos uma em favor da outra e vai depender de você determinar qual é mais importante de acordo com o tipo de operação e as condições do local.
Aeroportos podem ter obstáculos em seus arredores. Sejam eles natureza ou urbanização, influenciam diretamente em como calculamos a performance de decolagem nesses aeroportos. Se adicionarmos uma pista curta nesse cenário nós ficamos ainda mais limitados. Decolar com o mínimo de pista usando os flaps ou ganhar altitude o quanto antes para livrar os obstáculos decolando sem flaps?
Uma manobra que nos permite alcançar o melhor dos dois é a Short Field Take Off. O manual de sua aeronave é prioridade quando se trata de procedimentos. Se ele te permite realizar a manobra, pode ser uma ótima opção para a operação em pistas curtas com obstáculos próximos. Se não for esse o caso, mas for possível decolar sem o uso dos flaps, dadas as condições do tempo e da pista, então dê prioridade para o não uso dos flaps ou a menor extensão permitida deles para decolar.
A principal emergência considerada na decolagem é a perda de motor. Se perdermos nossa tração durante a subida inicial, nós queremos a asa o mais lisa possível pelo máximo de tempo para manter o melhor planeio. Isso significa mais tempo para gerenciar a pane e tomar decisões. Na decolagem, usar menos pista nem sempre é a melhor opção, mas ganhar altitude o quanto antes é sempre a melhor opção, seja num local com ou sem obstáculos.
Você já ficou indeciso quanto a escolha do uso ou não uso dos flaps na decolagem? Se sim, conte-nos como foi sua experiência.
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