Há algum tempo surgiu uma brincadeira ou expressão nessa nossa aviação que permite separar e classificar aviadores. Apareceu e se consolidou com a simplicidade de dividir todos entre “novos” e “velhos”, “experientes” e “pouca hora” ou até entre “bons” e “ruins”.
Quem entra para a nossa atividade hoje, em pouco tempo irá descobrir (até porque essas coisas não se escolhe) se é aviador:
Raíz ou Nutella
E daí por diante alguns acham que precisam viver com a conduta de quem tem que acreditar em apenas um, de dois conjuntos de coisas:
Piloto bom é aquele que domina pé e mão;
Avião bom é o bruto que mesmo aos pedaços cumpre missão;
Emprego bom é aquele que ninguém dá pitaco no Comandante;
Procedimento é saber fazer tudo;
Segurança é quando manicaca não está no comando.
Piloto bom é aquele que mais estuda;
Avião bom é o que tenha mais tecnologia;
Emprego bom é qualquer um que pague pra voar;
Procedimento é uma religião;
Segurança é ter sempre condições ideais.
Aviação não é coisa simples para dividir em duas e pronto. Precisamos entender que enquanto tivermos que escolher lados, vamos também polarizar resultados em dois: vida ou morte.
Quero que a partir desse Dia do Aviador possamos pensar mais em pontos de vista, em ponderação, em equilíbrio e acima de tudo, abrir espaço para ouvir, falar e realmente aprender com os outros naquilo que seja positivo.
Não faz sentido comparar a aviação comercial com a do garimpo buscando encontrar a melhor. Ou identificar o melhor piloto entre alguém que voou na executiva e outro com vivência na agrícola. Não há melhor e pior nessas conversas. Não há aviação certa ou errada. No máximo, há aviação mais segura ou menos segura, mas nem isso é tão simples assim.
O homem já foi em segurança em cima de foguete até a lua, mas muita gente já faleceu voando só no circuito de tráfego. O aviador é mais determinante para a segurança do que a missão.
O aviador precisa aprender também que não está sozinho, que a sua segurança e a de todos não depende apenas dele. Ele deve ser mais coordenador e menos herói.
Quero a partir desse Dia do Aviador me dedicar aqueles que querem aprender sempre, evoluir sempre e compartilhar sempre. Voem eles fantásticos aviões clássicos ou modernas aeronaves de materiais compósitos. Porque sei que todos só queremos tirar os pés do chão com liberdade e pousar suavemente com a alegria de quem ama voar.
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